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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Crítica: 'Pânico 4'

Não espere uma revolução nos filmes de suspense/terror por parte de “Pânico 4”, pois não é isso que você vai encontrar. O diretor Was Craven apenas trouxe sua estrutura narrativa costumeira para os dias atuais, atualizando-a.

Em “Pânico 4”, Sidney Prescott (Neve Campbell) agora é autora de um livro de auto-ajuda, e retorna para Woodsboro na última parada de sua turnê para promover o lançamento. Lá, ela reconecta-se com o sherife Dewey (David Arquette) e Gale (Courteney Cox) - agora casados - assim como sua prima Jill (Emma Roberts) e sua tia Kate (Mary McDonnell). Infelizmente, o retorno de Sidney também traz Ghostface de volta, colocando Sidney, Gale e Dewey, junto com Jill, seus amigos e toda a cidade de Woodsboro, em perigo.

Craven já havia utilizado a metalinguagem nos filmes anteriores da série, quando criou o filme “Stab” baseado nos livros de Gale, que por sua vez foram baseados nos eventos acontecidos com Sidney. No entanto, nesse quarto capítulo, a produção abusa bastante do recurso metalinguístico, quando coloca um filme dentro do outro filme que, afinal, está dentro de “Pânico 4”. Chega até a irritar um pouco, mas o roteiro só faz isso no começo da produção e, durante essa parte, introduz as melhores falas de todo o filme.

O roteiro é a mesma estrutura dos antigos filmes da série. Começa com o assassinato das garotas sozinhas em casa, apresenta os outros personagens e dá início às mortes até revelar quem é o assassino (sempre o ponto alto e surpresa do filme). Para os amantes da série (e me incluo), é uma oportunidade de ver o bom e velho Ghostface agindo novamente, exatamente como antes. Já quem nunca viu o serial killer em ação, vai se deparar com uma estrutura batida de filmes de terror/suspense sem muita coisa nova.

A fotografia é a usual desse gênero: muitas sombras e casas extremamente mal iluminadas para dar o tom de mistério e o suspense, sempre enfatizando cores escuras e frias. A trilha sonora de “Pânico 4” contém músicas do atual cenário pop, mas as melodias orquestradas também não apresentam muita novidade. E, apesar de já estarmos treinados para o “momento-de-silêncio-em-que-o-assassino-aparece-do-lado-da-vítima”, Craven consegue dar alguns bons sustos e fazer com que pulemos da cadeira às vezes. O elenco original (Campbell, Arquette e Cox) estão muito a vontade retornando em seus antigos papéis, e conseguem um pouco de desenvolvimento para seus personagens. Mas são os únicos no filme inteiro. Os demais não têm espaço algum para progredir na história, formando os mesmos estereótipos clichês da trilogia original.

No entanto, o maior trunfo do filme é sua contemporaneidade. Wes Craven traz o ambiente de suspense da década de 90 da trilogia original para a atualidade de maneira crítica e natural. Isso porque ele não só coloca elementos tecnológicos na produção, mas junto ao roteirista Kevin Williamson, inclui conceitos extremamente atuais, entre refilmagens de filmes de terror e até sucessos instantâneos, seja pela internet, seja por eventos que dão os tais “15 minutos de fama”. A própria resolução do filme é coerente com tais conceitos, apesar de não dar mais aquele gostinho de ser surpreendido. Não porque o final não é surpreendente, mas porque já sabemos as “regras” dos filmes da série “Pânico”. Podemos não ter certeza de quem é o assassino, mas quanto mais o filme nos empurra para alguns suspeitos, mais temos certeza de que não são eles.

No fim, “Pânico 4” consegue ser um ótimo filme para os nostálgicos, um filme médio para a nova geração, e permite a Craven criticar refilmagens de terror, de certa forma homenagear os originais e dizer que “Jogos Mortais 4” é horrível, porque é “tortura pornográfica”! Afinal, como Sidney diz a certa altura do filme, “nunca mexa com o original!”

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E vocês? O que acharam de “Pânico 4”? Para os que não assistiram, qual a expectativa? Comentem!

Um comentário:

  1. boa crítica meu velho, sempre me apontando detalhes que eu não perceberia sozinho! eu como novo expectador da série achei mediano mesmo haha

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