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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Crítica: 'De Pernas pro Ar'

O cinema brasileiro anda passando por uma fase “comédias”, que foi coroada com a consagração de “Se Eu Fosse Você 2” como um dos filmes nacionais mais vistos desde a chamada Retomada. Pois esse “De Pernas pro Ar” é mais um bom exemplar dessa leva.

Na história, Ingrid Guimarães é Alice, uma executiva workaholic sem tempo para o filho e o marido. De repente, ela se vê desempregada e sem marido, pois João (interpretado por Bruno Garcia) resolveu dar um tempo com a mulher. Alice conhece Marcela (vivida pela Maria Paula, do grupo Casseta & Planeta), que é dona de um sexshop. Para continuar ganhando a vida, a personagem de Ingrid passa a vender produtos eróticos para mulheres à domicílio junto com Marcela, com direito a demonstrações.

O filme brinca com o desconhecido (ou não) do grande público no que se refere a brinquedos sexuais. Temos a trama principal que mostra uma mulher em busca do sucesso profissional sem conseguir conciliá-lo com a vivência em família, e várias situações paralelas que preenchem o filme, cada uma com um brinquedo sexual diferente. O humor vem dessas tais situações, que colocam Ingrid Guimarães com uma calcinha que vibra ao som de músicas, em meio a um jogo de futebol do filho com hinos dos times tocando em bom som, ou ainda tendo sua aventura sexual com um coelho com um vibrador dentro, entre outras mais.
Além disso, os roteiristas Marcelo Saback e Paulo Cursino apostam em algumas piadas ambíguas e clichês do cinema comédia (como a empregada engraçada), além de construírem divertidas metáforas para o orgasmo e, em conjunto com a direção, criarem uma engraçada metáfora visual para o momento em que Alice tem seu primeiro orgasmo.

A direção de Roberto Santucci (de “Bellini e a Esfinge”) não tem nada demais. O diretor só seguiu o manual. Já a fotografia de Antonio Luiz Mendes consegue se destacar em alguns pontos. Primando pelo vermelho e roxo na maior parte do filme, em razão do sexshop, ele  traz muita cor em momentos de comédia e as deixa mais mortas quando a protagonista está triste. Entre os clichês, ponto positivo para a cena em que Alice vai ter sua “noite” com o Coelho, onde ele coloca a silhueta da atriz contra cortinas iluminadas por fora; ponto negativo para a chuva que cai do nada quando ela briga com o marido.

Mas quem rouba o filme é mesmo Ingrid Guimarães, que apesar de não ter muita diferença de seus papéis usuais (como a Pitty no seriado “Sob Nova Direção”), arranca gargalhadas a todo instante com as situações criadas para ela. Contudo, Maria Paula parece estar atuando em um longo quadro do Casseta & Planeta, sem nada demais.

No mais, “De Pernas pro Ar” vale o ingresso do cinema para aqueles que querem rir e se entreter.
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