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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Relembrando games antigos no novo longa da Disney

Navegando pela internet, encontrei este trailer do novo filme da Disney e fiquei maravilhado. Não pelo roteiro, que parece cair no clichê do rapaz em busca de autoconhecimento, mas pelas referências. Veremos personagens famosos de nossos games preferidos atuando em um filme! Ao ver o Bowser, Zangief, Bison e, em outro trailer da produção, o Sonic, fiquei de queixo caído! Talvez o filme me faça relembrar a infância durante pouco mais de uma hora de duração. Talvez! Isso porque provavelmente estes personagens famosos saíram caro. Os direitos autorais pagos a cada marca detentora dos conjuntos de pixels devem ter encarecido o filme e feito com que o grande público de games possa deleitar por pouco tempo das aparições.
A questão é que "Detona Ralph" parece ser um filme que atrairá mais pelas referências do que por si próprio. Vamos conferir quando estrear. Aliás, Disney, cadê o dedo da Pixar?

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Crítica: 'Imortais'

Já começo dizendo que tenho grande admiração pela mitologia grega, e ao ouvir alguns nomes de deuses antigos, um sorriso me vem ao canto da boca, mas infelizmente é uma das poucas emoções que tive ao assistir a este “Imortais” do diretor indiano Tarsem Singh.

Na trama, o ganancioso rei Hipérion (Mickey Rourke) declara guerra à humanidade, e para isso quer libertar os Titãs, únicos seres divinos capazes de derrotar Zeus (Luke Evans) e os demais deuses do Monte Olimpo. Teseu (Henry Cavill) é o único mortal que poderá deter o rei, junto à jovem sacerdotisa que tem visões de acontecimentos futuros (Freida Pinto).

A trama é batida, previsível, cheia de falhas e peca imensamente ao destruir algumas das melhores histórias da mitologia grega (Teseu é o famoso herói que derrota o Minotauro em um labirinto, mas nesta reinvenção, a criatura está longe de ser o monstro narrado por gerações). Os deuses poderiam terminar com a história toda a qualquer momento, mas não o fazem, e não há esclarecimento algum de tal motivação no roteiro. Os personagens não têm tanta profundidade e muitos entram e saem da trama sem propósito ou explicação. Podemos salvar Teseu e Zeus, que chegam a mostrar seus lados “humanos”. O herói, apesar de ser descrito como homem sem medo, demonstra sua fraqueza em alguns momentos (às vezes cruciais). O deus dos deuses também exibe seus temores e receios em algumas cenas, mostrando um pouco de profundidade. Ponto para o futuro Superman, Cavill, que conquista o espectador, e para Evans, que também consegue mostrar boa atuação. Há ainda um Mickey Rourke bem a vontade no papel de Hipérion.

Visualmente, não há como não achar belos quadros no filme. O diretor parece ter pintado algumas cenas, revelando vários (muitos mesmo) planos abertos de paisagens durante toda a projeção, na tentativa de dar proporções épicas e de grandiosidade à película. Tarsem também abusa dos planos-sequência. No entanto, a fotografia de Brendan Galvin cai na mesmice do filtro amarelado, que parece ter se tornado obrigatório neste tipo de filme, desde a realização de “300”. Algumas cores foram bem aproveitadas para distinguir personagens (dourado para deuses, preto para o exército do rei, prateado e azul para o exército grego).

Os clichês presentes são próprios de filmes de guerra: o discurso antes da batalha e os takes em câmera lenta durante a luta (embora deva destacar o uso deste último recurso durante o combate entre os deuses, que ficou diferente e deu uma justificativa do por que estes são chamados assim). No entanto, um ponto a favor de Tarsem Singh são os enquadramentos, muito bem utilizados para demonstrar superioridade e inferioridade dos personagens, mudando o ângulo conforme a cena e o ator presente.

O figurino dos mortais cai na mesmice dos filmes do gênero. Até aí tudo bem, mas os extravagantes e desnecessários adornos nas cabeças dos deuses não ficam bons na telona. Aliás, o espectador desinformado nem saberá que cada deus grego tem uma “especialidade”, pois o assunto sequer é tocado (Zeus é o deus do trovão, Posseidon dos mares, Atena da sabedoria...).

Para terminar, devo dizer que assisti ao filme em 3D, um investimento perdido. Obviamente que a produção acabou sendo convertida (e muito mal) para esta tecnologia depois de terminada, provavelmente por imposição do estúdio que queria soltar a película assim, pois nota-se que o diretor não fez (ou não soube fazer) o filme voltado ao 3D. A presença massiva de desfoco de segundo plano tira toda a sensação de profundidade que é, simplesmente, o essencial para a tal “terceira dimensão” funcionar.

No mais, “Imortais” é um filme que diverte visualmente e aos fãs de pancadaria, devido a suas cenas brutais de violência explícita, mas que deve muito em profundidade e concisão de história.


P.S.: a participação especial de John Hurt dá um toque especial à produção. São do ator as melhores falas.
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