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quinta-feira, 4 de maio de 2023

Crítica: “Guardiões da Galáxia Vol. 3”

É desafiador fazer um filme de equipe, mas se tem alguém em Hollywood que já provou que é capaz de cumprir o desafio e torná-lo um sucesso foi o produtor e diretor James Gun, que assina o roteiro e a direção da trilogia “Guardiões da Galáxia” da Marvel e de “O Esquadrão Suicida” da rival, DC.

Em “Guardiões da Galáxia Vol. 3”, o grupo de desajustados está de volta com Peter Quill (Chris Pratt) tentando superar a perda de Gamora (Zoe Saldana), após os eventos de “Vingadores: Guerra Infinita”, e uma profunda viagem ao passado de Rocket (Bradley Cooper). Desta vez, os Guardiões partem em uma missão para salvar não só a galáxia, mas também a própria equipe.

Como a sinopse já entrega, o filme gira praticamente em torno do personagem de Bradley Cooper. Conhecemos todo o passado do guaxinim membro da equipe e sua história de vida não só é desvendada, como todo o desenvolvimento de Rocket iniciado no primeiro filme tem seu ciclo concluído e encerrado de uma maneira envolvente e eficiente. Cooper brilha na dublagem ao lado de Linda Cardellini, que aqui dubla a lontra Lylla (integrante do passado de Rocket), mas também já atuou no Universo Marvel como a esposa do Gavião Arqueiro.


Apesar do ótimo desempenho de Cris Pratt, que já está mais que à vontade no papel do Senhor das Estrelas, seu personagem tem menos espaço para evolução, apesar de mais tempo de tela. Ainda assim, Peter Quill consegue registrar um progresso em sua história pessoal durante a projeção. Já os demais personagens cumprem seus papéis no filme enquanto alívios cômicos, suportes e membros da equipe que realmente têm um carinho entre si, mas seus desenvolvimentos são resumidos a poucas frases soltas por entre os 180 minutos de filme, tendo pouquíssimo avanço nesse aspecto. Aliás, o roteiro parece se arrastar por alguns momentos e até se contradizer em relação à premissa do filme, ao seu final, mas não deixa de trazer emoção e passar a união que há entre a equipe.


A tão aguardada participação do Adam Warlock de Will Poulter (de “Midsommar - O Mal Não Espera a Noite”), anunciada na cena pós-créditos de “Guardiões da Galáxia Vol. 2”, fica a desejar. O personagem é um incômodo constante à trama principal, sem um propósito claro para contribuir com a história. A sensação é que não havia lugar para ele na narrativa que James Gun queria contar, mas o roteirista teve que incluir porque foi uma promessa do filme anterior, apagando totalmente o talento do jovem ator que poderia ter contribuído muito mais para a produção. O Alto Evolucionário de Chukwudi Iwuji (da série “Pacificador”) é mais um que entra para a galeria da Marvel de vilões caricatos, excêntricos e esquecíveis deste universo, dando espaço para os Guardiões brilharem.

O tempo de comédia de James Gun funciona muito bem em seus roteiros, sabendo encaixar as piadas em momentos de descontração, apesar de este ser o filme mais dramático da trilogia dos Guardiões da Galáxia. A fotografia de Henry Braham (de “O Esquadrão Suicida”) está bem inspirada e junto com a equipe de efeitos especiais (que trabalhou arduamente aqui, entregando cenários e personagens realistas e incríveis), traz cenas de encher os olhos, que vão do belíssimo ao grotesco. No entanto, são nas sequências de ação que a dupla Braham e Gun acertam a mão em cheio, com coreografias bem ensaiadas, algumas com tomadas mais longas e noções de espaço e localização bem definidos, sempre em sincronia com a música, trazendo um espetáculo visual para quem está assistindo. Aliás, as músicas para o setlist do filme são mais lentas, remetendo ao tom em geral, e já não são tão marcantes quanto seus antecessores, mas cumprem seus papeis da mesma forma como já acostumamos nesta trilogia, e com uma pitada de nostalgia no final que acalenta o coração.


No mais, “Guardiões da Galáxia Vol 3” é um filme que traz emoção, é uma boa diversão, promete deixar um “quentinho no coração” dos fãs após sair da sala de cinema, mostrando a conclusão da saga da trupe de defensores do universo de maneira satisfatória e o final da participação de James Gun na colaboração com a Marvel, uma vez que o diretor está partindo para o gerenciamento do universo cinematográfico da rival, a DC.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Ok, vamos falar de Batman vs. Superman!

O mundo nerd foi à loucura na última semana com tantas boas surpresas, e a cereja no topo acabou saindo antecipadamente por motivo de força maior. Força essa, vinda do Brasil, diga-se de passagem.

Cartazes oficiais de "Batman vs. Superman: a origem da justiça"
A verdade é que Zack Snyder (diretor de "Homem de Aço"), liberou míseros 20 segundos bem vagos do trailer de sua nova produção na última quinta-feira (16 de abril), o esperado "Batman vs. Superman: a origem da justiça". Míseros sim, mas igualmente extasiantes, deixando qualquer fã de super-heróis animado para a liberação do teaser completo, anunciado para segunda-feira (20). Pouco tempo depois que Snyder publica os 20 segundos, algum brasileiro com acesso a versão legendada do trailer (que provavelmente seria lançada junto à original, no dia 20), filmou com seu celular e liberou na internet a versão completa, quatro dias antes do programado e em baixa resolução. O estúdio não teve outra escolha senão liberar o trailer oficialmente no mesmo dia.

Por que explicar toda a situação? Porque acredito que esse foi um dos fatores que já desanimou alguns fãs com o lançamento do tão esperado teaser do filme de embate dos heróis. Não o fator decisivo, mas um dos. 

Além de Superman e Batman, a Mulher-Maravilha também
já foi confirmada no filme.
O que muitos ainda não entenderam é o tamanho do desafio do diretor Zack Snyder e da Warner/DC com esta produção. Para começar, seus heróis protagonistas já foram revisitados em diversas versões no cinema e na TV. Tanto Batman quando Superman já tiveram muitos reboots em várias mídias. Alguns falharam, outros seguraram as pontas, outros ainda fizeram grande sucesso, como a versão do Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan,  que difere totalmente do Batman de Tim Burton, por exemplo (de 1989), o qual, por sua vez, é uma personagem totalmente distinta do Homem-Morcego de Adam West na série sessentista. Isso sem contar as versões animadas. Já o Superman, em sua única tentativa de fazer uma sequência temporã da quadrilogia estrelada por Christopher Reeve nos anos 70/80, fracassou miseravelmente no filme de Bryan Singer, "Superman - O Retorno" (de 2006). 

Acrescenta-se aí um elemento importante: neste meio tempo, veio uma tal de Marvel e começou a fazer muito dinheiro ao desenvolver algo que se tornaria a grande "modinha" hollywoodiana dos anos 2010: o universo compartilhado entre filmes. Colocado este ponto, é preciso entender também que, não adianta, a Warner/DC não dá uma segunda chance a fórmulas que fracassaram. Talvez este seja o grande problema do estúdio, que não culpa o roteiro ou o diretor, e sim a fórmula!

Na tentativa de seguir o sucesso do então desconhecido "Homem de Ferro" da concorrente, que fez milhões facilmente com seu primeiro filme, a Warner lançou "Lanterna Verde" na mesma onda. Aliás, o filme protagonizado por Ryan Reynolds como o herói esmeralda da DC talvez seja a produção com o tom mais parecido com a maioria das películas do Universo Marvel. Pois bem, quem estava se sobressaindo dentro do estúdio naquela época então? Christopher Nolan, que trouxe de volta o teor sombrio ao Homem-Morcego (que fez sucesso anteriormente nos filmes de Burton, notem isso), em uma história mais "realista", por assim dizer. Fórmula que deu certo! Logo os produtores da Warner pensaram que aquele tom trazia bons resultados para seus demais heróis. Talvez não usem em todos os seus futuros filmes, mas pode ser um fio condutor no seu recém-criado Universo Cinematográfico.


Nolan provavelmente foi sondado pra dirigir e reinventar o Superman, mas foi fiel a sua visão fechada de Gotham City e não quis se envolver majoritariamente na construção de um universo inteiro com sua assinatura (embora pareça que a Warner queira propagá-la pelas mãos de outros diretores), então recorreram a alguém que eles já haviam trabalhado junto, alguém que soubesse transpor HQs de grande sucesso para as telonas, e que tivesse uma assinatura própria e marcante para dar uma cara diferente em seu novo Universo Cinematográfico. Os produtores recorreram a Zack Snyder (olha ele aqui!), que havia feito "300" e "Watchmen", ambas produções que se encaixavam em todos os requisitos anteriormente citados.

Snyder debutou sua "assinatura própria 'nolanizada'" em "Homem de Aço", e foi um sucesso. Talvez não teve o êxito que a Warner desejava, mas teve o êxito que ela merecia. No entanto, a concorrente já estava quase concluindo a segunda fase de seu universo no cinema, e planejando a terceira! Era hora de jogar duro: como tentar superar o falatório sobre as produções da Marvel quando seus heróis já foram revisitados tantas vezes na telona? Batman acabara de sair de uma trilogia que fez muito sucesso e a personagem estava em alta. Mas a Sony provou, com o Homem-Aranha, que recomeçar um personagem sem reinventá-lo, provavelmente, não agrada o público. Então que tal reinventar o Bruce Wayne mais uma vez e colocá-lo para lutar com o Superman que acabou de se estabelecer? O confronto entre os dois heróis é inédito no cinema, mas não dava para aproveitar Christian Bale (de "Batman - o cavaleiro das trevas"), então aproveitaram o que Snyder sabe fazer de melhor e aplicaram ao Homem-Morcego, usando uma versão sua já consagrada nas HQs e transpassando-a para a telona, assim como foi concebida. E acredito que assim nasceu este filme.

Ilustração retirada da HQ "O cavaleiro das trevas", na qual
os heróis se enfrentam.
Sinceramente, não gosto tanto assim de Zack Snyder. Baseado em "300" e "Watchmen", acredito que ele use HQs como storyboards, e não acredito que esta é a melhor solução para o cinema. Afinal, chamamos estas produções de "adaptações" por um motivo plausível e, convenhamos, auto-explicativo. Voltando ao trailer liberado esta última semana, as pessoas já sabem quem é Batman, já sabem quem o é Superman, os nerds que tanto criticam já conhecem a história da qual Snyder vai nadar na fonte (a publicação "O cavaleiro das trevas", escrita por Frank Miller, na qual os heróis se enfrentam), e o teaser não trouxe muita informação nova, o que é óbvio, pois é um teaser trailer, e o filme ainda tem um ano de pós-produção pela frente.

E o mais importante: a DC não é a Marvel! Não adianta esperar um filme da Liga da Justiça no mesmo tom dos Vingadores, pois não é este o intuito da Warner. É exatamente por este último motivo que os produtores escolheram um diretor que trouxesse um estilo próprio e marcante, com um teor mais sóbrio e talvez soturno. Se a Marvel não tivesse começado seu universo compartilhado ainda, talvez o tom da DC fosse outro mais parecido com o de "Vingadores".

De qualquer forma, sei que sou suspeito para falar, sendo um fã incondicional do Cavaleiro das Trevas. Sei que a Warner/DC tem seus defeitos, como apontei nesse texto, mas acredito que vão conseguir trazer algo muito especial para os fãs, cinéfilos e demais apreciadores da sétima arte com seu Universo Cinematográfico. Se eu me empolguei com o primeiro teaser?  Muito! E mal posso esperar para ver mais sobre o filme.


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